domingo, 18 de abril de 2010
Estantes vivas
Estantes vivas
Lá num sebo cultural
Na cidade onde nasci
Vi livros que não sabia existir
No meio daquelas estantes sem fim
Rodava que nem pião
Fui tomado de tamanha emoção
Que só quem vê o mar pela primeira vez
Pode adivinhar o sentido de o meu palavrear
Saber que ali se junta tantas letras
Que em tão poucos símbolos de um alfabeto
Pode-se montar um dialeto
Compreender os mistérios que nos regem
Viajar por todo o universo
Caber dentro daquelas páginas
Culturas, costumes, línguas, tradições...
Peguei um livro sem pretensão
Para a minha esfuziante admiração
Eis que ali estava o que mais queria
“Historia da poesia”.
Jamaveira®
CIRANDA: Livros, Almas Falantes - Susie Sun
quarta-feira, 17 de março de 2010
Meninos de Rua
Noite escura
gélida
nua
corpos jogados
sem teto
sem nada
tiros ecoam
destinos mutilados
sem vida
apenas crianças
sem culpa
jogados na lama
solitários
acuados
cheiro de cola
S.O.S criança
engorda os bolsos
tubarões insaciáveis
Igreja!
Fortalezas de pedras
Governos!
Cegos
manchas de sangue no chão
nada feito
quem se importa!?...
Jamaveira®
Imagem: Do Google
Sabiá
Sabiá
Meus pensamentos viajam de volta
Vão pra lá onde a felicidade espera
Pra junto do meu amor
Pra perto dos coqueiros a balançar
Oh! Que lindo o canto do sabiá
Melodia que faz o sol brilhar
As noites de lua embelezar
A natureza encantar
Tempo que guardo na memória
E até hoje faz meu coração se exaltar
Quando me lembro do canto do sabiá
Ah! Quanta saudade mim dá...
Jamaveira®
Imagem: belos-passaros.blogspot. - Google
quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010
Desgraçados
Desgraçados
Na fila dos mortos vivos mais um desgraçado
Aumenta o cordão à fila não anda
Saber ser ali o seu purgatório
Os olhos vendados pra comunhão
Assusta saber chegou o fim
Porém, viver ao relego obrigado amém.
Expressões assustadas filme de terror
No vale da morte soa brisa fria
Os ossos gelados dançam as caveiras
A fila aumenta ecoa os lamentos
Pés no chão, livro na mão gravatas e orações
Triste momento agora sem solução.
Almas penadas vagam entre nós
Vultos sem expressões sem direção
Mortos pra vida distantes da razão.
Jamaveira®
Imagem: Do Google
quinta-feira, 21 de janeiro de 2010
Poema Morto
Poema Morto
Maldita embriaguez de versos
Chega a atormentar
Varo as noites com o sono a brigar
E nestas linhas que abrigo
O coração, ah! O coração ferido
A pulsar já enfermo de amor
A dor que cala a indignação da perda
Viver sem ti alimenta fatídica inspiração
Versos caminham na contramão
Ó perversa solidão!
Não abandonas este mísero fardo
Mesmo sabendo não agüentar o peso
Quem dera dormis neste poema
Acordar quando morto o pensamento
Ser meu ser apenas vento
Poeira do tempo...
Jamaveira®
Imagens: Do Google
terça-feira, 19 de janeiro de 2010
Perdão
No vale da morte
Serei eu a tua sorte
De joelhos sem perdão
Olha todos os lados
Os cantos fechados
Só a mim a passagem
Mesmo limpando o cuspe
Escorrido da cara
Na soberba das vontades
Esnobasse o amor
Em braços sem ardor
Entregasse a vida
Agora o frio do deserto
Congela eternamente
A clemência ora tardia
Não dou ouvido
Seguro a mão súplica
Beijo a boca que escarra
Das trevas amor lampião
Paixão que não se apaga.
Jamaveira®
Serei eu a tua sorte
De joelhos sem perdão
Olha todos os lados
Os cantos fechados
Só a mim a passagem
Mesmo limpando o cuspe
Escorrido da cara
Na soberba das vontades
Esnobasse o amor
Em braços sem ardor
Entregasse a vida
Agora o frio do deserto
Congela eternamente
A clemência ora tardia
Não dou ouvido
Seguro a mão súplica
Beijo a boca que escarra
Das trevas amor lampião
Paixão que não se apaga.
Jamaveira®
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